segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Juninho: técnico campeão com méritos


        Walter Alves / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Walter Alves / Agência de Notícias Gazeta do Povo / Juninho, primeiro de branco na fileira de trás, repete parceria com o hoje preparador físico Luizinho e com o goleiro reserva Vilson e o atacante Marlon

Juninho, primeiro de branco na fileira de trás, repete parceria com o hoje preparador físico Luizinho e com o goleiro reserva Vilson e o atacante Marlon

Suburbana

28/11/2010 | 21:49 | Maurício Kern, especial para a Gazeta do Povo

Juninho, de 45 anos, foi um dos responsáveis pela grande campanha do Santa Quitéria na Suburbana de 2010. Ao todo, o time verde e amarelo conquistou 11 vitórias, 3 derrotas e 7 empates. Teve a dupla de ataque, o “Casal 20”, Cristiano e Marlon, sendo o primeiro destacado como artilheiro da competição com 13 gols e Marlon vice-artilheiro com 12.

Tendo outros destaques na trajetória da equipe vitoriosa. Entre eles – o Goleiro Jonas, Adriano Chuva (lateral esquerdo), Chulapa e Julianinho no (meio campo).

O treinador da região sul comemorou muito a conquista do título da Suburbana de Curitiba ao lado dos atletas, comissão técnica, diretores e com os torcedores fanáticos pelo time verde e amarelo.

Ele estava suspenso e teve que comandar o time fora do alambrado, parecendo um “Leão enjaulado”. Sempre aos berros e praticamente sem voz de tanto orientar os atletas no gramado. A recompensa veio após o apito final.

Dentro do vestiário, Juninho agradeceu aos seus jogadores pela bela campanha, garra e lembrou que seus comandados nunca desistiram mesmo após estar perdendo a decisão por 3 a 1 dentro da casa do adversário. Levantaram a cabeça e alcançaram o objetivo, que era o empate no segundo tempo com muita raça e determinação.

“Estou feliz e ao mesmo triste. Pois semana que vem não estaremos juntos”, concluiu o treinador se referindo sobre a trajetória do time no campeonato que se encerrava naquele dia. “Merecemos o título, o campeão voltou”, finalizou.

Juninho vencedor dentro e fora dos gramados relembra o passado

O treinador Juninho, que no passado foi jogador profissional, atuando sempre na posição de lateral esquerdo, passou por equipes como Colorado, Pato Branco, Foz do Iguaçu, Itaperuna e Juventude. Encerrou a carreira aos 32 anos.

Depois da aposentadoria como atleta profissional, teve uma trajetória no futebol amador e jogou por 5 anos no Combate Barreirinha. Foi tetra-campeão da Taça Paraná pelo Combate na década de 90. (97, 98, 99 e 2000). E tri-campeão da Suburbana em (96, 97 e 98).

Em 1999, na decisão da “Taça Paraná” contra o Danúbio, o Combate venceu por 5 a 2. Os atacantes (Marlon) e Luizinho (conhecido por Esqueleto) – hoje, preparador físico , - o goleiro Vilson - e o lateral esquerdo (Juninho), - jogavam no time da Barreirinha que foi campeão.

Marlon fez os cinco gols e carimbou o passaporte ao profissional do Paraná Clube. “Eu dei alguns passes para o Marlon finalizar em gol naquele dia”, frisou o treinador sorridente.

Além dos títulos, atuando como jogador, Juninho ainda levantou o caneco como técnico duas vezes neste ano. Conquistou a Copa Barão e a Suburbana pelo Santa Quitéria.

Jonas: um paredão a serviço do campeão Santa Quitéria

            Watter Alves / Gazeta do Povo
Watter Alves / Gazeta do Povo / Jonas comemora título com a tradicional
Jonas comemora título com a tradicional "mordida" na medalha

Goleiro de 24 anos foi um dos principai destaques do time campeão da Suburbana 2010


Futebol Amador

29/11/2010 | 18:02 | Maurício Kern

Como diz um velho ditado. Todo bom time, começa com um grande goleiro. Esta escrita foi confirmada na equipe do Santa Quitéria na conquista do título da Suburbana de 2010.

Aos 24 anos de idade, o jovem goleiro Jonas passou segurança a equipe do Santa Quitéria ao longo da trajetória do amador deste ano. O Paredão virou ídolo da fanática e vibrante torcida da região sul de Curitiba. Com defesas sensacionais e seguras salvou o time e fechou a meta nos momentos que foi exigido.

“O camisa 1” do time verde e amarelo se espelha no Rogério Ceni. Jonas admira o estilo de liderança e a segurança que o goleiro passa ao time do São Paulo.

Na decisão de sábado, no reduto do Trieste em Santa Felicidade o goleiro viveu dois momentos distintos na sua carreira, sendo um no primeiro e outro segundo tempo. Na primeira etapa, quase defendeu a penalidade cobrada pelo atacante Ioiô. Jonas acertou o canto e fez a defesa na cobrança, mas a bola caprichosamente bateu em suas costas e foi morrer no fundo da rede.

No terceiro gol de Robertinho, o arqueiro acabou falhando num chute de longe.

O revés veio depois do intervalo. Após seus companheiros em campo conseguirem heroicamente alcançar o empate por 3 a 3, com o “casal 20” Cristiano e Marlon entrando em cena, no final do jogo começou entrar em ação o paredão do Quitéria.

Como todo grande goleiro precisa ter sorte, e aja sorte! Jonas teve duas bolas na trave e depois fechou a meta quando foi solicitado até o apito final, garantindo a faixa de campeão e soltando o grito após 23 anos de jejum

“Casal 20” do Santa Quitéria garante o título

                                                                                              Walter Alves/Gazeta do Povo
Walter Alves/Gazeta do Povo / Jogadores do Santa Quitéria fazem a festa no gramado do Francisco Muraro, casa do Trieste: título encerrou um jejum de 23 anos do tradicional time da zona sul
Jogadores do Santa Quitéria fazem a festa no gramado do Francisco Muraro, casa do Trieste: título encerrou um jejum de 23 anos do tradicional time da zona sul

Amador

Publicado em 29/11/2010 | Maurício Kern, especial para a Gazeta do Povo

Um fim de semana para ficar na memória dos torcedores e dos atletas do Santa Quitéria, que venceram a decisão da Suburbana de 2010.

Após estar perdendo no primeiro tempo por 3 a 1 para o Trieste, em Santa Felicidade, reduto do rival, os jogadores do Quitéria reagiram no segundo tempo, empataram a partida e levantaram a taça após 23 anos, graças a uma dupla artilheira que há muito tempo não se via na Subur­­bana. O “Casal 20” do Quitéria, os atacantes Cristiano e Marlon, desequilibrou em campo. Afinados, os dois fo­­ram o centro das atenções no Estádio Francisco Muraro.

Cristiano, camisa 11, foi o artilheiro do campeonato com 13 gols – e o seu companheiro de ataque, o atacante Marlon, camisa 9, foi o vice-artilheiro com 12.

O primeiro tempo, porém, deve ser esquecido pelo time campeão da zona sul da cidade, pois o Trieste fez a lição de casa e parecia que a história do jogo teria um outro desfecho.

Logo aos 9 minutos, Julianinho abriu o placar, batendo na gaveta. Três minutos depois, os triestinos ampliaram com Ioiô batendo pênalti. Aos 21 minutos, o Quitéria esboçou uma reação com Marlon, marcando após uma cabeçada certeira: 2 a 1.

No final do primeiro tempo, Marquinhos aumentou a vantagem ao marcar o terceiro gol do time da casa, aproveitando a falha do goleiro Jonas.

Depois do intervalo, o treinador Juninho, que estava suspenso, deu as coordenadas de fora do alambrado e mudou o esquema tático do time. Foi a partir daí que Cristiano e Marlon entraram definitivamente em ação.

A reação começou aos 4 minutos. Marlon tabelou com Cristiano e o camisa 11 fez um bonito gol, batendo forte no canto direito, diminuindo para 3 a 2.

O gol sonhado do título aconteceu aos 16 minutos. Marlon cruzou na área e o artilheiro Cristiano pegou a sobra do goleiro André, empatando por 3 a 3.

Precisando da vitória, o Trieste chutou duas bolas na trave de Jonas e o arqueiro ainda salvou o Quitéria em duas ocasiões.

Já nos acréscimos, Marlon quase fez o gol da virada. Após o apito final, os atletas deram a volta olímpica exibindo o troféu e a faixa de campeão no peito com gritos que entoavam junto com a sua fanática torcida: “oh, o campeão voltou!, o campeão voltou!, o campeão voltou!”.

“A partir do momento que acreditamos no título, fomos campeões”, declarou o atacante Marlon.

Cristiano dedicou os dois gols para a sua esposa Elizabeth e o filho Natan. “Um dia antes do duelo, jantamos juntos e prometi que marcaria na decisão”, relembrou o jogador.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Santa Quitéria vence e encontra novo talismã

                                                                              Walter Alves/ Gazeta do Povo
 Walter Alves/ Gazeta do Povo / O lateral-esquerdo Adriano Chuva fez o gol que colocou o Santa Quitéria em vantagem na decisão contra o Trieste
O lateral-esquerdo Adriano Chuva fez o gol que colocou o Santa Quitéria em vantagem na decisão contra o Trieste
  
Amador

Triunfo sobre o Trieste deixa o time a um empate do título. Jogo foi especial para o cozinheiro e torcedor fanático Michel Justus

Publicado em 22/11/2010 | Maurício Kern

Quem compareceu ao Estádio Mau­­rício Fruet no sábado para ver a primeira partida da final da Su­­burbana, viu um duelo de gigantes entre Santa Quitéria e Trieste. Casa cheia, jogo decisivo e uma intensa bateria de fogos comemorando a entrada dos times no gramado.

Atrás de um dos gols, estava Mi­­chel Justus, o cozinheiro e músico do Quitéria, que teve participação especial na vitória do time da casa com seus dotes culinários – e é o compositor do hino do clube –, transformando-se no talismã na vitória so­­bre os triestinos.

Michel ou “Pallylo” – como gosta de ser chamado –, recebeu o convite do presidente do time da ca­­sa para fazer o almoço dos atletas horas antes da partida. Morador do bairro, além de fazer bicos como cozinheiro, Pallylo se vira como mú­­sico tocando samba e pagode na região. Neste ano participou de um concurso para “rei momo”. Ficou em segundo lugar no carnaval curitibano. Pesava 160 quilos naquela época.

A paixão pela música começou a despertar aos 4 anos de idade. Na casa vizinha onde morava havia um centro de umbanda. “Por lá faziam batucadas e eu ficava doido com o barulho e saia correndo até o local. A mãe de santo, toda de branco, pegava na minha mão e me levava correndo de volta para casa. Batia na porta e falava para a minha mãe que lá não era lugar de criança ficar sozinha”, relembrou, aos risos.

Pallylo vem da terceira geração de família ligada ao clube. Seu avô, Fermino Justus, foi diretor do Vila Inah, time que fez fusão com o Ipê originando o Santa Quitéria no passado.

Com a bola rolando, o primeiro tempo do jogo foi parado e sem emoções, resumido em dois lances. Agar­­rado no alambrado, Pallylo colocou as mãos na cabeça quando viu Lean­­drinho, atacante triestino, pegar na veia um chute de fora da área que obrigou o goleiro Jonas a praticar uma defesa de mão trocada que há muito tempo não se via na Su­­bur­bana.

O Quitéria teve uma chance com Marlon, mas o arqueiro André estava bem colocado e segurou firme.

Na etapa final o clima de decisão esquentou e tornou-se emocionante, aos 28 minutos. Adriano Chuva cobrou falta com perfeição, Marlon atrapalhou o goleiro e a bola acabou entrando direto, morrendo no fundo do gol, 1 a 0.

Pallylo comemorou o gol e, em­­polgado, cantou o refrão do hino do clube: “É amor que cresce, não sei ex­­plicar, encaixe perfeito de Ipê e Vila Inah. Santa Quitéria do meu coração verde amarelo és eterno campeão.”

O gol sofrido desencadeou um verdadeiro bombardeio sobre a meta de Jonas. Foram 15 minutos de muita pressão. O time visitante ainda teve um gol anulado.

Os triestinos Geraldinho, Julia­ninho e Erivelton tentavam furar a muralha do Quitéria, mas não tiveram sucesso, parando no arqueiro, que estava em tarde inspirada.

Depois do apito final o trio de arbitragem teve de sair de campo escoltado pelo policiamento. Res­­taram muitas reclamações da comissão técnica e do time de Santa Felicidade.

A vitória do Quitéria em casa deixou as emoções reservadas para o próximo sábado no Fran­­cisco Muraro. Um empate garante o título ao Quitéria. Caso ocorra uma vitória do Trieste, haverá uma terceira partida, em local a ser definido.

“Estamos um passo à frente, vencemos o primeiro duelo e vamos lá, em busca do título”, concluiu o treinador Juninho.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Quitéria e Trieste fazem a superfinal

                                 Walter Kuko Alves/Gazeta do Povo
Walter Kuko Alves/Gazeta do Povo / Jonas, o goleiro do Santa Quitéria, é um dos destaques da fase final da Suburbana
Jonas, o goleiro do Santa Quitéria, é um dos destaques da fase final da Suburbana

Amador

Após 23 anos, time do Santa Quitéria volta à decisão do torneio. Eletricista-goleiro foi decisivo no fim do tabu

Publicado em 15/11/2010 | Maurício Kern

Favoritos e com as melhores campanhas, Santa Quitéria e Trieste classificaram-se em casa para a final da Suburbana. O Quitéria venceu o Iguaçu por 2 a 1 no Estádio Maurício Fruet; e o time de Santa Felicidade bateu o Vila Hauer por 3 a 2.

No próximo sábado, as duas equipes mais fortes do torneio fazem a primeira partida da final no Estádio Maurício Fruet. O time de Santa Felicidade terá a vantagem de jogar a segunda partida ao lado da sua torcida.

Mas a vaga do Quitéria, talvez a mais dramática, teve a assinatura do eletricista Jonas. Acostumado com fiações, instalações em postes e esquemas elétricos, o rapaz se transforma nos sábados à tarde – quando veste a camisa 1 do time verde e amarelo.

Aos 24 anos de idade, o jovem goleiro passou segurança durante os 90 minutos e quando foi exigido fechou a meta garantindo a classificação do clube na final após 23 anos – fato muito celebrado na região sul da cidade.

A trajetória do paredão com o clube iniciou em 2005. Conquistou três títulos na carreira: Copa Barão neste ano, além de duas Copas Paraná.

No início desta competição, a boa safra de goleiros era liderada por Jonas e Vilson (ex-profissional), que passou pelo Paraná Clube e por último no Paranavaí no Campeonato Paranaense deste ano. Ambos faziam um rodízio e revezamento durante os jogos do Quitéria.

A sequência foi quebrada na partida contra o Pilarzinho. Vílson sofreu uma torção no tornozelo e ficou afastado durante um tempo. Jonas assumiu a titularidade e aproveitou a oportunidade cedida pelo treinador Juninho.

“Me inspiro no goleiro Rogério Ceni. Admiro o estilo de liderança e a segurança que ele passa ao time do São Paulo”, citou Jonas, logo após a festa da classificação.

Para entender o choque que a carreira profissional e o futebol faz na vida do herói da rodada é preciso entender a rotina pré-jogo. A concentração do eletricista para a partida contra o Iguaçu foi feita em casa.

No sábado, ele chegou na sede do clube e almoçou com o grupo. Depois ficaram jogando baralho e escutando música para distrair antes do duelo contra o time alvinegro.

Em campo, a classificação começou a ser assegurada aos 18 minutos do primeiro tempo. Julianinho tocou para Marlon e o atacante deu um belo passe de calcanhar para Chulapa estufar as redes do Iguaçu.

Após o intervalo, aos 3 minutos, Adriano Chuva cruzou e o capitão Marlon ampliou de cabeça para o time da casa. O atacante computou seu 11.º gol na competição, dividindo a artilharia do campeonato com o atleta Cristiano, do Quitéria.

Logo em seguida, Leomar diminuiu para os visitantes após uma bate rebate dentro da área. O Iguaçu tentou empatar, mas o goleiro Jonas garantiu o resultado de 2 a 1 até o final para delírio da torcida verde e amarela nas arquibancadas.

Na outra semifinal, o Trieste venceu o Vila Hauer por 3 a 2. Leandrinho, Hideo e Ioiô marcaram para o Trieste. Marquinhos e Luizinho descontaram para o Hauer.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Torcida feminina abre a semi dos visitantes

                                                 Fotos:Walter Alves/ Gazeta do Povo
Walter Alves/ Gazeta do Povo / Gisele e Renata, esposas de atletas do Hauer, acompanham o jogo no camarote
Gisele e Renata, esposas de atletas do Hauer, acompanham o jogo no camarote


Amador

Fãs dão clima de desfile de moda à vitória do Trieste, fora de casa, sobre o Hauer. Iguaçu também caiu em casa para o Santa Quitéria

Publicado em 08/11/2010 | Maurício Kern, especial para a Gazeta do Povo

Sábado de sol, bom público e muitas mulheres produzidas no Es­­tá­dio Donato Gulin. Parecia um desfile de moda bem ao estilo Fashion Week, mas o palco era de uma partida do futebol amador em Curitiba. No primeiro duelo da semifinal, o Trieste venceu fora de casa o Vila Hauer por 1 a 0. Os anfitriões também se deram mal na outra partida que vale vaga na decisão, já que o Iguaçu foi surpreendido pelo Santa Quitéria por 1 a 0.

O público feminino marcou pre­­­­sença e invadiu o Estádio do Vi­­la Hauer. Se nas passarelas as grifes surpreendem com as coleções de peças de roupas que mostram elegância e feminilidade, nos bastidores do clássico suburbano torcedoras de Vila Hauer e Trieste se destacaram pelos seus “looks” pouco comuns ao clima da Suburbana. Chamando a atenção no camarote e fora do alambrado com simpatia e torcida pelo seu time de coração.

Gisele Ramos da Silva, de 29 anos, é proprietária de um “spa”. Ela é torcedora do Hauer e esposa do atacante Marquinhos Silva. Estão há dez anos juntos e a empresária acompanha todos os jogos do time. Renata Oliveira, de 21 anos, trabalha como estoquista de uma loja que vende utensílios de cama, mesa e banho. Ela é a responsável pelo cadastramento das mercadorias que chegam à empresa. É torcedora do time da casa e casada com o camisa 8 Fabinho. As amigas assistiram à partida de sábado no camarote.

As triestinas, Taylaine Gon­­çalves e Karine Karol, estudantes, de 17 anos, aproveitam as horas de folgas para torcer pelo time de coração. Taylaine namora há cinco meses com o atleta Rhadames da equipe de juniores do Trieste. As amigas inseparáveis estavam vendo o duelo em campo na área reservada aos fãs da equipe.

Com a bola rolando em campo, bastaram sete minutos iniciais para o time visitante decidir o placar. O atacante Ioiô bateu de canhota de fora da área, a bola fez uma curva e foi no ângulo do goleiro Yuri. Golaço. Os comandados do treinador Marinho Lima tentavam o empate de todas as formas. No final do primeiro tempo, o zagueiro Alex fez o travessão triestino tremer após uma cabeçada.

Depois do intervalo, o Trieste teve um gol anulado pela arbitragem. A pressão dos donos da casa aumentou quando Marcos Viní­­cius foi expulso. O Hauer pressionou e teve a chance de igualar em três ocasiões. Mas ambas pararam no arqueiro André, que estava bem colocado. “Neste ano não podemos dei­­xar escapar”, declarou o autor do gol, Ioiô, após o apito final.

Iguaçu e Santa Quitéria

Na outra semifinal, o Iguaçu foi derrotado pelo Santa Quitéria por 1 a 0. Chulapa fez o único gol do jogo nos acréscimos da primeira etapa. Jogos de volta: Trieste e Santa Quitéria têm a vantagem de jogar em casa por um empate para decidir o título.
                   

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

“Esqueleto” cuida da forma do classificado Santa Quitéria

                                        Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
 Marcelo Elias/ Gazeta do Povo / O ex-jogador Luizinho, o Esqueleto, antes do jogo entre Santa Quitéria e Vila Hauer
 O ex-jogador Luizinho, o Esqueleto, antes do jogo entre Santa Quitéria e Vila Hauer

 Suburbana

Publicado em 01/11/2010 | Maurício Kern, especial para a Gazeta do Povo


No desenho animado, Esqueleto era o grande vilão que tramava contra o super-herói He-Man. No sábado, pela Suburbana, o Esque­­leto da vez era preparador físico do Santa Quitéria, que roubou a cena nos bastidores e viu seu time se classificar para as semifinais após a vitória por 3 a 2 sobre o Vila Hauer.

Saindo da ficção para a vida real. Luiz Fernando Cavassin, de 44 anos, usa seus “superpoderes” fora de campo como preparador do Quitéria. Ex-jogador profissional e professor de Educação Física, durante os jogos do futebol amador ele adota o estilo profissional, orientando o treinador Juninho pelo celular da cabine do Estádio Maurício Fruet.

Luizinho, como era chamado na época de jogador, iniciou a carreira nas categorias de base do extinto Pinheiros. Depois o atacante foi atuar no time amador do Capão da Imbuia. Na época, foi relacionado para disputar o Brasileiro juvenil pela seleção paranaense. Após a competição, recebeu um convite do treinador Cizico para atuar no juniores do Coritiba. Foi o trampolim até a chegada ao profissional. Ele fazia parte do elenco na conquista do Brasileiro pelo Coxa em 1985.

Em 1986, foi campeão para­­naen­­se com o Alviverde. Na se­quên­­cia, passou por Juventude, Rio Branco e Operário. Encerrou a car­­­reira no time de Ponta Grossa, em 1989. Mas a ligação com a bola não acabou e ele continuou nos gramados suburbanos de Curitiba. No ama­­dor, computou 13 títulos no Combate Barreirinha e outro pelo Iguaçu.

“O apelido de Esqueleto foi dado quando eu atuava pelo Combate. Vitor Gavião, zagueiro do Barreirinha, era conhecido por He-Man. Gavião era forte e musculoso, e o nosso time precisava de um cara magro para fazer a dupla em campo”, contou, aos risos.

Luizinho está há três anos no Santa Quitéria e auxilia nos treinos uma vez por semana. É o responsável pelo bom condicionamento físico dos atletas. No sábado, suspenso por reclamação na partida contra o Urano, acompanhou no camarote a classificação do seu time.

Aos 31 minutos do primeiro tempo, Adriano Chuva cobrou falta e abriu o placar para o time da casa. Logo em seguida, Daniel, zagueiro do Vila Hauer, foi expulso após dar uma voadora no atacante Cristiano. Aos 17, Chulapa ampliou. Três minutos depois, Cristiano fez mais um chutando forte e assumiu a artilharia com 11 gols. Nos minutos finais, os visitantes descontaram com Rogério e Fernando de cabeça.

Outros resultados

Urano 6 x 0 Pilarzinho e Trieste 3 x 0 Iguaçu. A partida entre Combate e Capão Raso, que não tinham mais chances, foi cancelada. Os jogos de ida das semifinais serão no próximo sábado: Vila Hauer x Trieste e Iguaçu x Santa Quitéria.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Entregador segura tudo pelo Trieste

                                                                                Walter Alves/Gazeta do Povo
O zagueirão Paulo Sérgio, do Trieste, ganha mais um lance no duelo de sábado com o Capão Raso

  
Suburbana

Zagueiro Paulo Sérgio trabalha com entrega de eletrodomésticos durante a semana e aos sábados se torna xerifão na Suburbana

Publicado em 25/10/2010 | Maurício Kern, especial para a Gazeta do Povo

Entregador de eletrodomésticos durante a semana, o zagueiro Paulo Sérgio segura tudo em ação na Suburbana pelo Trieste. No melhor estilo xerifão, ele teve participação especial na goleada por 5 a 1 sobre o Capão Raso, neutralizando o ataque adversário, sábado, em Santa Felicidade.

Paulo Sérgio dos Santos, de 35 anos, trabalha há três meses entregando eletrodomésticos pelas ruas da capital e região metropolitana. O zagueiro chega às sete horas da manhã na empresa, carrega o caminhão toco, pega a lista de entregas e vai para o trecho, só voltando às cinco da tarde.

Fora do trabalho, o atleta carrega na bagagem uma coleção invejável de títulos no futebol amador. Foi pentacampeão da Taça Paraná pelo Combate Barreirinha e campeão pelo Urano. De quebra, conquistou mais sete títulos da Divisão Especial da Suburbana.

No final do ano passado, o camisa 4 do Trieste trocou a Vila São Pedro (do Urano) por Santa Felicidade. O xerifão dá a receita para o sucesso. “O apoio que recebo da minha família e da minha esposa Danieli são fundamentais”, agradece.

No sábado, o clássico Paratiba afastou alguns torcedores do Estádio Francisco Muraro. Mesmo assim, os times entraram em campo com a tradicional bateria de fogos de artifício e ao som das vuvuzelas.

A vitória triestina começou a ser desenhada aos 18 minutos do primeiro tempo, quando Anderson recebeu na área e bateu cruzado. O Capão Raso empatou aos 28, com Cleverson. Dois minutos depois, entrou em ação Paulo Sérgio. Ele recebeu a bola, matou no peito e lançou de três dedos para Ioiô. Na sequência, Thiago Santos desempatou.

A partida truncada e com muitas faltas fez os maqueiros do time da casa trabalharem. A cada botinada que levava um atleta ao gramado, o árbitro acionava os maqueiros Claudinei e Alex. “Olha lá, mais um carreto. Agora é no meio de campo. Ufa, já é o quinto do dia. Esse aí estava meio pesado”, brincavam, ofegantes.

Após o intervalo, Anderson fez 3 a 1 aos 17 minutos. Os triestinos sufocavam os visitantes. Após a entrada de Hideo, veio a correria e mais dois gols. Ioiô e Douglas ampliaram e definiram o placar em 5 a 1, garantindo a classificação antecipada do Trieste às semifinais. Na comemoração do último gol, o atacante Douglas esbarrou no goleiro adversário e acabou perdendo o calção. Sorte que ele estava de cueca por baixo e ficou por isso mesmo.

Outros resultados:

Pilarzinho 1 x 3 Vila Hauer, Ura­­no 3 x 3 Santa Quitéria e Iguaçu 3 x 1 Combate Barreirinha. O Vi­­la Hauer lidera o grupo A, com 10 pontos. O Trieste é o líder do B, com 12.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ex-office-boy inferniza os adversários

Walter Alves / O atacante Marlon comemora com os companheiros de Santa Quitéria o gol isolado da vitória sobre o Pilarzinho. Time do ex-paranista é o líder do grupo A
O atacante Marlon comemora com os companheiros de Santa Quitéria o gol isolado da vitória sobre o Pilarzinho. Time do ex-paranista é o líder do grupo A. Fotos: Walter Alves/Gazeta do Povo. 

Amador

Publicado em 18/10/2010 | Maurício Kern, especial para a Gazeta do Povo

Marlon de Souza Lopes, ex-office-boy, que no passado trocou as filas de bancos, malotes e pernadas nas ruas, pelas chuteiras no mundo da bola. No sábado, fez o gol da vitória no Es­­tádio Maurício Fruet, local que o projetou ao time profissional do Paraná Clube em 1999. O atacante reviveu sua carreira no duelo do Santa Quitéria contra o Pilarzinho e desequilibrou a partida na vitória suada do Quitéria por 1 a 0.

Não é conto de fadas. Marlon, atacante, hoje com 34 anos, enfrentava diariamente as filas de bancos an­­dando alguns quilômetros pelos bairros de Curitiba na década de 90. Largou a profissão de boy em 1992, após participar de uma peneirada no juvenil do Vila Fanny. Os dotes do atleta com a bola foram descobertos já na primeira partida do amador, e, por coincidência, no Estádio do Santa Quité­ria.

O Vila Fanny havia vencido o time da casa por 8 a 0, e o atacante fez 6 gols na ocasião. Depois, teve passagem pelo juvenil e juniores do Atlé­­tico, durante um ano e meio. Após a temporada no Furacão, ficou parado e foi jogar no Combate Bar­­reri­­nha. Recebeu um convite e foi se aventurar na Bélgica, disputando a Terceira Divisão pelo Tournai.

Não se adaptou por lá, retornando ao Barreirinha e sendo campeão pelo Combate na disputa da Taça Paraná de 1999. O jogador fez os cinco gols do título, na vitória por 5 a 2 contra o Danúbio. Nesse duelo, o artilheiro foi o centro das atenções, recebendo uma proposta do conselheiro Barba para atuar no profissional do Paraná.

Além do Tricolor da Vila Ca­­pane­­ma, Marlon ingressou em diversas equipes dentro e fora do país. Entre elas, Joinville, Figueirense, Juventu­­de, Kawasaky Frontale (Japão), Por­­tu­guesa e América (México). Com um currículo extenso, foi campeão catarinense pelo Joinville, em 2001, e pelo Figueirense, em 2004. Fez seu pé de meia e hoje está cursando a faculdade de Educação Física.

Retornou às suas origens em 2008, defendendo o Trieste pelos gramados suburbanos. Está desde o ano passado no Santa Quitéria e continua com o mesmo faro de gol das antigas: é o vice-artilheiro da competição, com 8 gols.

No sábado, a missão do “ex-oficce-boy” foi cumprida logo aos 2 minutos do primeiro tempo. O goleiro Jonas cobrou o tiro de meta, Cris­­tiano deu um toque sutil por cima, e Marlon pegou a sobra do travessão, estufando a rede do Pilarzinho: 1 a 0.

Após o intervalo, o time visitante desperdiçou várias oportunidades e parou no arqueiro Jonas, que garantiu os três pontos. “Aproveitamos a chance”, resumiu Marlon. Frase que pode ser entendida de muitas ma­­neiras.

Outros resultados:

Vila Hauer 3 x 4 Urano, Santa Qui­­téria 1 x 0 Pilarzinho, Combate Barreirinha 1 x 4 Trieste, Capão Ra­­­­so 1 x 1 Iguaçu. O Santa Quitéria lidera o grupo A, com 8 pontos. O Trieste é o líder do B, com 9 pontos.
                                                              

Caminhoneiro rouba cena no clássico dos italianos

                                       Hugo Harada/ Gazeta do Povo
Hugo Harada/ Gazeta do Povo / Caminhoneiro foi o destaque do “Atletiba da Suburbana” no sábado
Caminhoneiro foi o destaque do “Atletiba da Suburbana” no sábado

Suburbana

Publicado em 11/10/2010 | Maurício Kern, especial para a Gazeta do Povo

Carregar madeira cerrada e tora de pinos na boleia de um caminhão de Itaperuçu a Curitiba todos os dias. Este é o roteiro que o lateral Gilmar do Iguaçu enfrenta pelas estradas onde passa. No sábado, o caminhão dele quebrou e por muito pouco o atleta não conseguiu chegar a tempo de participar do empate por 1 a 1 no clássico dos italianos, entre Iguaçu e Trieste.

Aapós carregar o caminhão às cinco da manhã com tora de pinos, Gilmar José Machado, 29 anos, conseguiu fazer apenas o trajeto de 1 quilômetro até quebrar o Ford cargo 2628 em Itaperuçu. A hélice da ventoinha variou e o atleta teve de deixar o veículo parado no local e pegar uma carona para voltar a tempo de participar do segundo tempo no Estádio Egydio Pietrobelli.

Gilmar se divide entre a boleia do caminhão e o futebol há três anos. Nos gramados iniciou na Suburbana em 2004. Passou por diversas equipes e foi campeão Sul Brasileiro defendendo o Trieste em 2007. Sem carreto, o jeito foi voltar de carona para Santa Felicidade e encarar o “Atletiba da Suburbana”, apelido dado a este clássico pelos torcedores locais. O duelo tão esperado, só teve emoção após a chegada do caminhoneiro do Iguaçu.

Após o intervalo, bastaram 45 minutos em campo para o lateral direito Gilmar desequilibrar a partida e guiar seus companheiros em campo. Na primeira bola que recebeu, mandou na gaveta e o goleiro triestino foi buscar de mão trocada. Principal jogador do time, o caminhoneiro é vice-artilheiro do campeonato com sete gols. “Vou tentar buscar a artilharia até o final da competição, “destacou Gilmar.

Rivalidade acirrada, jogo de muita pegada, a partida foi decidida em duas bolas paradas. A primeira aconteceu aos 25 minutos. Nilvano cobrou falta a bola desviou na zaga e balançou a rede para o alvinegro. Dois minutos depois, jogada ensaiada de dois ex-atletas do Paraná. Hideo bateu escanteio e o zagueiro Guilherme empatou de cabeça para o Trieste.

Outros resultados:

Vila Hauer 1 x 1 Santa Quitéria, Iguaçu 1 x 1 Trieste, Pilarzinho 3 x 0 Urano, Combate Barreirinha 1 x 1 Capão Raso. O Vila Hauer lidera o grupo A, com sete pontos. O Trieste é o líder do B, com 6.

Bastidores

Nesta rodada, ocorreram duas situações inusitadas. Na partida entre Iguaçu e Trieste. A trave de treinamentos que fica ao lado do campo caiu em cima do bandeira Diego Grubba. Ele foi atendido, sentiu dores na nuca mas continuou na partida até o fim.

O jogo entre Pilarzinho e Urano foi encerrado aos 38 minutos do primeiro tempo. A equipe do Pilarzinho vencia por 3 a 0 e o árbitro expulsou 5 jogadores do Urano, encerrando a partida por número insuficiente de atletas, dando a vitória ao Pilarzinho.

Luta contra a ‘degola’ será fora de casa

             Pedro Serápio/ Gazeta do Povo
Pedro Serápio/ Gazeta do Povo / Anderson Aquino, que deixou o campo machucado, lamenta lance contra o Icasa
Anderson Aquino, que deixou o campo machucado, lamenta lance contra o Icasa

Das dez rodadas finais, seis o Tricolor jogará longe da Vila. Retrospecto agrava o medo de rebaixamento

Série B

Publicado em 11/10/2010 | Maurício Kern, especial para a Gazeta do Povo

A matemática paranista se complica a cada rodada. Dos dez jogos que restam para o Paraná até o final do campeonato, seis serão disputados fora de casa. E o retrospecto é negativo, pois das 13 partidas disputadas longe da Vila Capa­­­nema, o time venceu 2, perdeu 9, e empatou 2. Muito pouco para um time que precisa conquistar 13 pontos para escapar da degola até a última rodada.

A conta ganhou força após o tropeço no Durival Britto contra o Icasa. O empate sem gols deixou o time – 13.ª colocação, com 33 pontos – a quatro da zona de rebaixamento. Amanhã, a equipe enfrenta fora de casa, o Guaratinguetá às 19h30.

No sábado à noite, contra os cearenses, o Tricolor entrou em campo com um time ofensivo no esquema 4-3-3. No melhor tom político, o novo treinador Roberto Cavalo havia prometido durante a semana um time com três atacantes buscando a vitória desde o início. Teoria que não se concretizou.

Anderson Aquino, Rodrigo Pimpão e Lima não viram a cor da bola e o ataque do Paraná foi pífio na Vila Capanema.
“Esperávamos um adversário difícil, abri mão de três zagueiros e tentamos ser mais ofensivos desde o início. O time não rendeu o esperado e tive que voltar com o sistema de 3-5-2 após o intervalo. Precisamos buscar o resultado lá fora para recuperar os pontos perdidos em casa”, abriu o treinador.

“Começou a reta final e não podemos tropeçar mais. Só cabe a nós, a responsabilidade é nossa, precisamos trabalhar para sair desta pressão. O Icasa pressionou o Paraná aqui dentro e isto não pode acontecer perante a nossa torcida. O clube precisa sair desta situação, é o segundo [na verdade, terceiro] ano seguido brigando para não ser rebaixado,” seguiu.

O treinador Roberto Cavalo não vai poder contar com o lateral Murilo, que recebeu o terceiro cartão amarelo e com Anderson Aquino que saiu lesionado com uma torção no joelho.


Confira a ficha técnica de Paraná 0 X Icasa 0



Pontímetro

Soldador tem dia de Dadá Maravilha no Capão Raso

                                         Hugo Harada/Gazeta do Povo
Hugo Harada/Gazeta do Povo / Gerson, do Capão Raso, comemora o seu gol no empate por 1 a 1 com o Trieste
Gerson, do Capão Raso, comemora o seu gol no empate por 1 a 1 com o Trieste

Suburbana


Publicado em 04/10/2010 | Maurício Kern, especial para a Gazeta do Povo

Soldar pisos de carros durante a semana, das 6 h às 14h40. Essa é a rotina que o atacante Gerson, do Capão Raso, enfrenta na fábrica onde trabalha. No sábado, ele deu uma de Dadá Maravilha da Suburbana, em um lance memorável, sendo o destaque da equipe no empate por 1 a 1 com o Trieste.


Pelo menos por um dia, o soldador se juntou à lista de três coisas que param no ar, criada pelo folclórico centroavante dos anos 60 e 70: helicóptero, beija-flor e Dadá Maravilha.

O lance aconteceu ainda no primeiro tempo do jogo no Estádio José Carlos Oliveira Sobrinho, no Capão Raso. Lembrando Dadá – que preferia as cabeçadas –, Gerson, em tarde inspirada, recebeu a bola na área, matou no peito e parou no ar antes de dar sequência para um belo voleio, que bateu na trave antes de ir para fora.

Gerson Júnior Cordeiro da Cruz, 31 anos, nascido em Antonina, trabalha há três anos como soldador de piso de carros. Na labuta diária, utiliza equipamentos de segurança, como óculos, luvas de raspa, avental de couro e boné protetor. Nos gramados, chuteiras, camisa, calção e meião.

Ele iniciou na Suburbana em 2003, passando por Combate Barreirinha e Trieste, antes de defender o Capão Raso. No ano passado, rompeu o ligamento do joelho direito e ficou nove meses longe dos gramados. Se recuperou e voltou na quinta rodada deste campeonato. No sábado começou a primeira partida jogando. “Dedico a minha volta primeiramente a Deus e à minha esposa, Ana Caroline, que me acompanha em todas as partidas”, declarou.

Nem o campo molhado e pesado, prejudicado pela forte chuva de sábado na capital, foi capaz de atrapalhar o clássico entre Capão Raso e Trieste.

O primeiro tempo se resumiu a dois lances de Gerson. Depois do voleio na trave do goleiro André, o camisa 11 deixou a sua marca. Recebeu sozinho, dominou e bateu forte de canhota no canto.

Após o intervalo, tudo caminhava para uma vitória do Capão. Ledo engano. O time da casa chegou a marcar o segundo no finalzinho, mas o bandeira anulou por causa de um toque de mão. A reviravolta veio aos 46 minutos. Paulo Sérgio recebeu na área, escorou de cabeça e Ioiô empatou para o Trieste.

Outros resultados:

Vila Hauer 3 x 1 Pilarzinho, Santa Quitéria 2 x 2 Urano, Combate Barreirinha 1 x 6 Iguaçu. O Vila Hauer lidera o grupo A, com 6 pontos. O Trieste é o líder do B, com 5.

Gerente supera a crise no Vila Hauer

                                       Walter Alves/ Gazeta do Povo
Walter Alves/ Gazeta do Povo / Marinho Lima em meio aos jogadores do Vila Hauer: vitória sobre o Urano con­­soli­­da a reação do time no campeonato
Marinho Lima em meio aos jogadores do Vila Hauer: vitória sobre o Urano con­­soli­­da a reação do time no campeonato

Marinho Lima, que troca a agência bancária pelos campos de futebol amador nos fins de semana, comanda a ressurreição da equipe

Amador
 
Publicado em 27/09/2010 | Maurício Kern, especial para a Gazeta do Povo

Antes de a bola rolar no sábado, as atenções estavam voltadas para o badalado Urano, que largava na segunda fase com um ponto extra e com vários ex-profissionais em campo. Mas do outro lado tinha o guerreiro Vila Hauer, do competente treinador Marinho Lima, que conseguiu dar uma injeção de ânimo em seus atletas e desbancar os donos da casa na Vila São Pedro. Placar: 1 a 0.

O mago Marinho Lima não quis dar a receita da poção mágica usada para ressuscitar o time do Vila Hauer na competição. Ele conseguiu resgatar a autoestima de um time que estava desacreditado, quase rebaixado.
Durante a semana, Marinho Li­­ma é Osmari José de Lima, gerente de banco de 44 anos, dos quais 25 dedicados à profissão. Aos sábados, o banco que ele frequenta é outro, o dos reservas do Vila Hauer. A dedicação aos campos da suburbana começou em 1988, no Renovicente. Já conquistou 16 títulos como técnico.

Marinho está há três anos liderando o Vila Hauer. “Neste ano, a pressão vinha de tudo quanto é lado, tinha alguns torcedores e diretores do clube querendo a minha saída do time. Na primeira fase, estávamos em uma situação complicada até a última rodada, mas conseguimos salvar o time a tempo.”

No último sábado, no Estádio Manoel Garcia de Andrade, as emoções ficaram guardadas para o se­­gundo tempo. Os comandados de Marinho retribuíram em campo com um gol aos 30 minutos. Fernan­­dinho, camisa 10, recebeu sozinho na área, driblou a zaga e bateu rasteiro.

Após o gol sofrido, o Urano pressionou e tentou empatar a partida de todo jeito, só faltou combinar com o goleiro Yuri, que fechou a meta e garantiu o envelope (bicho) dos jogadores até o final do jogo. “Ofereço essa vitória ao grupo e em especial ao jogador Fernandinho, que fez o gol da vitória e está com o pai hospitalizado em situação difícil”, concluiu o gerente do Vila.

Outros resultados: Trieste 1 x 0 Combate Barreirinha, Pilarzinho 0 x 1 Santa Quitéria , Iguaçu 1 x 1 Ca­­pão Raso, Urano 0 x 1 Vila Hauer. Pelo grupo B, o Trieste é o líder com, 4 pontos. Pelo grupo A, Santa Quité­­ria e Vila Hauer dividem a liderança com 3 pontos.

Bandeirão é o orgulho da torcida do Pilarzinho


                                  Hugo Harada/Gazeta do Povo
Hugo Harada/Gazeta do Povo / Com direito a bandeira gigante o  Pilarzinho está garantido na segunda fase da Suburbana-2010
Com direito a bandeira gigante o Pilarzinho está garantido na segunda fase da Suburbana-2010
   
“Olha que bacana, é o maior bandeirão da Suburbana”, canta a torcida Camisa 12. Time está classificado para a próxima fase

Suburbana

Publicado em 20/09/2010 | Maurício Kern, especial para a Gazeta do Povo
  
Um bandeirão gigante e uma torcida organizada e empolgada foram o centro das atenções nas arquibancadas do estádio Bortolo Gava, no sábado, no empate por 1 a 1 entre Pilarzi­nho e Santa Quitéria. Ambas as equipes já entraram em campo classificadas para a próxima fase. Mesmo as­­sim, o incentivo de torcedores apaixonados pelo Pilarzinho provou que a magia da Suburbana tem o poder de atrair homens, mulheres e crianças em torno do clube de coração.

 
Há três anos, os irmãos gêmeos Fábio e Fabrício Saporetti e o colega Caio Fernandes se reuniram no estádio do Pilarzinho durante um jogo e levaram uma faixa para torcer pelo Tricolor. A partir desse instante criou-se um elo de ligação e carinho que muito time profissional não possui nos dias de hoje.

Mas os três não imaginavam que a organizada “Camisa 12” iria atrair tanta gente em tão pouco tempo. “Devemos ter aproximadamente 120 integrantes e a torcida aumenta a cada partida com o nosso time jogando fora ou dentro de casa. Vem gente de tudo quanto é canto da cidade. O transporte para acompanhar o time é feito do jeito que é possível: de ônibus, pernada na rua, carona ou bicicleta. Tudo é válido pelo Pilar­zi­­nho”, comenta Fábio Saporetti, estudante, de 17 anos, morador do bairro e estagiário no Tribunal de Justiça. Pau­­lo Cesar Mattes, 29 anos, tosador de cães e gatos, faz rifas para levantar dinheiro para a compra de materi­ais. “Não temos apoio da diretoria, é tu­­do por nossa conta,” diz o torcedor.

Nem mesmo o frio e a garoa fina que teimava em cair no sábado em Curitiba foram capazes de inibir ou segurar a galera que pulava e incentivava o time nas arquibancadas. Com gritos que entoavam “Olha que bacana, é o maior bandeirão da Su­­burbana” e “Ô, pra cima deles Tricolor. Pra cima deles Tricolor, ô”.
Com a bola rolando, no primeiro tempo o ataque do time da casa retribuiu o apoio com um gol aos 35 mi­­nu­­­­tos. Peter tocou para Fábio dar um belo drible na zaga e inau­­gurar o placar. “Consegui enganar os zagueiros e fiz um bonito gol. Mas graças a esta torcida que apoia a gente do início ao fim”, declarou o atacante.

O Santa Quitéria conseguiu em­­patar aos 30 minutos do segundo tempo. Cristiano, o artilheiro da Suburbana, pegou na veia de fora da área e computou o seu décimo gol na competição.

Escolta

Os outros resultados da rodada fo­­ram Vila Hauer 2 x 1 Iguaçu, Vila Fanny 1 x 1 Combate Barreirinha, Trieste 3 x 1 Osternack, Urano 2 x 1 Capão Raso e Uberlândia 1 x 1 Nova Orleans. No estádio Gustavo Shier, torcedores do Uberlândia – rebaixado para a Série B, assim como o Osternack – ameaçaram o trio de arbitragem, que teve de sair escoltado por uma viatura policial.

Segunda fase
Os oito classificados foram divididos em dois grupos. Os dois primeiros de cada grupo se classificam para as semifinais
Grupo A
Urano *
Santa Quitéria
Pilarzinho
Vila Hauer
Grupo B
Trieste *
Capão Raso
Iguaçu
Combate Barreirinha
* Donos das melhores campanhas, Urano e Trieste começam com um ponto extra.

Clone de Luxemburgo leva Fanny à vitória

                                                                                Hugo Harada/Gazeta do Povo

  O técnico Jurandir Senna usa terno e gravata, mas está longe de ser “comportado” na beira do gramado
   
Intervenção de Jurandir Senna, que adota o estilo do famoso técnico do Atlético-MG, foi fundamental no triunfo chorado sobre o lanterna Osternack

Suburbana

Publicado em 13/09/2010 | Maurício Kern, especial para a Gazeta do Povo

 Jurandir Senna, comanda o Vila Fanny na beira do campo, usa terno e gravata, sapato lustrado e relógio invocado, atributos que deixam o treinador de Curitiba com pinta de Luxemburgo da Suburbana. O estiloso e experiente treinador foi o per­­sonagem na vitória suada do Vila Fanny por 1 a 0 contra o lanterna Osternack, sábado, no Estádio Ismael Gabardo.

No banco de reservas, o Luxa da Suburbana não se conteve ao ver Evandro errar o passe e entregar a bola nos pés do adversário. “Só joga bola podre, eles estão com um jogador a menos. Faz a jogada por conta e dá nisso”, gritou, em um dos muitos berros à beira do gramado. Muitos de incentivo outros de repreensão aos seus atletas que insistiam em errar passes e perder uma enxurrada de gols durante o jogo.
Jurandir Senna, 57 anos, pai de Eduardo, Henrique e Juliana, é vendedor de consórcios de carros há dez anos. Iniciou a carreira de treinador em 1992 pelo União Ba­ri­gui. Com um currículo extenso, passou por várias equipes do fu­­tebol amador, entre elas: Fla­­mengo, Combate Barreirinha, Vila Hauer, Nova Orleans, Capão Raso, Bairro Alto, Grêmio Ipiran­­ga, Perugia, Roça Grande, Ipê, Im­­pé­­rio do Futebol e Trieste. Carrega na bagagem o título de campeão da Copa Integração em 2006, com o Vila Fanny.

Em 2007, foi campeão com o Ipê disputando a liga de São José dos Pinhais, e em 2008 conquistou o Sul Brasileiro pelo Trieste. É o terceiro ano que comanda o Vila Fanny, recebeu um convite da diretoria do clube antes do início desta competição. “Na primeira rodada contra o Pilarzinho a equipe teve de mesclar com juniores para completar o time principal”, declarou Senna.

Na partida de sábado, o Oster­­nack entrou em campo com um jogador a menos, fator que impulsionou os atletas do time da casa a pressionarem desde o início do primeira etapa. Mas a mira estava desalinhada e os passes errados e gols perdidos deram a tônica dos 45 minutos iniciais. A estrela do treinador Jurandir Senna começou a brilhar após o intervalo. Senna co­­locou em campo o atacante Fei­­jão, que desequilibrou e fez o único gol chorado da partida aos 27 minutos. Zuca tocou para Fei­­jão, o atacante chutou e a bola bateu na trave e no goleiro Júlio Cezar antes de entrar. No final o Fanny desperdiçou um pênalti com Eduardo, defendido pelo bom goleiro do Osternack.

“Dedico esta vitória ao meu pai, Orlando Senna, que comemorou hoje, 89 anos de vi­da”, declarou sorridente o treinador.

Outros resultados: Pilarzi­­nho 3 x 3 Trieste, Comba­­te Bar­­reiri­nha 2 x 4 Urano, Santa Qui­­téria 5 x 2 Nova Orleans, Vila Fanny 1 x 0 Osternack , Iguaçu 1 x Uberlândia Capão Raso 1 x 0 Vila Hauer. O Urano é o líder com, 20 pontos.

Motorista de ônibus tem dia de Banks

                                      Hugo Harada/ Gazeta do Povo
“Só levando eles no Risca Faca”, gritava da laje Fátima, torcedora do Uberlânia, chateada com a derrota para o Combate

Responsável pela linha São Francisco na madrugada, o goleiro Ricardo reviveu a maior defesa do futebol na vitória do Combate sobre o Uberlândia

Suburbana

Publicado em 06/09/2010 | Maurício Kern

Do ponto final da Rua Francisco Derosso ao terminal do Vila Hauer, utilizando o alimentador que faz a linha São Francisco. Este é o trajeto que o goleiro Ricardo encara todas as madrugadas na boleia de um ônibus em Curitiba. No sábado, após o trabalho, ele deu uma de “Gordon Banks da Suburbana”, guiando seu time em campo e garantindo a vitória do Combate Barreirinha por 3 a 1 no reduto do Uberlândia.

Após dirigir das cinco da manhã ao meio-dia e meia pelas ruas da capital, o goleiro Ricardo Adriano Senen, de 32 anos, foi o destaque da partida e operou um milagre no estádio Gustavo Shier. O lance inusitado lembrou a cabeçada que o goleiro inglês Banks defendeu de Pelé, à queima-roupa, na Copa de 1970. Considerada a maior defesa da história do futebol.

Ricardo iniciou a carreira nas categorias de base do Paraná, de 1990 a 1996. Ficou quatro anos parado e depois rodou pelo futebol amador. Jogou no Combate em 2004 e 2005, e retornou ao clube este ano. Além da profissão de motorista há 11 anos, o arqueiro arruma tempo para malhar na academia e se aperfeiçoar nos treinos do time. Vinícius, preparador de goleiros, responsável pela boa forma do Banks da Suburbana, treina o guarda-metas duas vezes por semana.

Na partida de sábado, o Tricolor da Barreirinha balançou a rede aos 16 minutos do primeiro tempo. Após escanteio, Tiago pegou a sobra chutando com classe no canto esquerdo. Daí em diante, começou a entrar em ação o paredão Ricardo. Seu xará, capitão do time da casa, teve a chance de empatar, mas ele operou o verdadeiro milagre a la Banks, salvando a meta e mandando a bola sobre o travessão.

No segundo tempo, os gols do Combate foram surgindo naturalmente. Aos dois minutos, Bina fez fila na zaga e cruzou para Juliano marcar de cabeça. O goleiro Ricardo fez mais duas intervenções difíceis. Logo em seguida, Adriano lançou e Bina bateu forte para ampliar. Após o terceiro gol do time visitante, Fátima Freitas, torcedora de carteirinha do Uberlândia, chamava a atenção. Sentada sobre uma laje, num puxadinho vizinho ao estádio, estava impaciente e gritava bem alto dando o recado aos atletas. “Só levando eles no ‘Risca Faca’”. Era um antigo bailão que existia no bairro.

O Uberlândia só conseguiu vencer o goleiro Ricardo através de Wescley, cobrando pênalti. “Estávamos precisando desta vitória. Estamos na briga por uma das oito vagas”, declarou Cezinha, presidente do Combate.

Outros resultados

Nova Orleans 0 x 0 Trieste, Urano 0 x 1 Pilarzinho, Osternack 0 x 1 Iguaçu, Vila Hauer 0 x 3 Vila Fanny, Santa Quitéria 1 x 1 Capão Raso. O Trieste é o líder, com 18 pontos.

‘Laurigol’ faz a festa antes da hora extra

Atacante do Urano é o herói do empate do Urano com o Triste. Após o jogo, atacante volta à rotina de segurança privado

                                       Hugu Harada/ Gazeta do Povo
Lance da emocionante partida entre Trieste e Urano, sábado à tarde, no Francisco Muraro, em Santa Felicidade


Publicado em 30/08/2010 | Maurício Kern,especial para a Gazeta do Povo

No clássico dos líderes , um repeteco da final do ano passado, um jogo digno de dois gigantes da Subur­­bana. De um lado o Trieste, de Santa Felicidade; do outro, o Urano, da Vila São Pedro .Os torcedores que compareceram no Estádio Fran­­cisco Muraro, no sábado, saíram com a certeza de ter assistido a um grande jogo no empate por 2 a 2.

Mas quem saiu de campo como o centro das atenções no duelo, foi o atacante Laurinho. O camisa 9 salvou o Urano da derrota marcando os dois gols da sua equipe, o último aos 44 minutos do segundo tempo. E detalhe: sem concentração, descanso ou qualquer outra exigência dos boleiros profissionais.

Após trabalhar das dez às seis horas da manhã como segurança em uma empresa de alimentos, o atacante Lauro Guedes Fialho, 35 anos foi o personagem do duelo. Casado, pai de Lucas e Amanda, Laurinho, além da rotina semanal no trabalho, nas horas de folga, ajuda a esposa na panificadora da sogra. É pedreira total. Algo que deixou sua missão em campo fácil de ser cumprida.

Parecia que o Trieste sairia vencedor. Abriu o placar aos 29 minutos da primeira etapa com Lean­­drinho. Após o intervalo, aumentou a rivalidade e os ânimos dos jogadores em campo .

Julianinho ampliou, chutando forte e furando a rede de Paulão. Daí em diante, foi um bombardeio azul celeste. Só deu Urano. Bastaram treze minutos para o iluminado Lau­­rinho mudar o resultado. Aos 32, Salário cobrou escanteio e Laurinho subiu com estilo, marcando de cabeça. O atacante não parou por aí. Foram mais duas tentativas, que pararam no bom goleiro triestino. Na última volta do ponteiro, Re­­ginaldo Vital cruzou e ‘Laurigol’ bateu forte empatando no final.

O atleta tirou a camisa e foi comemorar com a galera no alambrado. “Fiquei feliz por ter ajudado a equipe fazendo os gols. Mas agora preciso voltar ao trabalho, estou escalado e tenho que cobrir um plantão”, declarou o incansável Laurinho.

Outros resultados

Capão Raso 0 x 0 Nova Orleans, Osternack 0 x 3 Vila Hauer, Trieste 2 x 2 Urano, Uberlândia 1 x 0 Santa Quitéria, Vila Fanny 2x 1 Iguaçu, Combate Barreirinha 0 x 1 Pilarzinho. Trieste e Urano dividem a liderança, com 17 pontos.

Gerente de posto comanda a goleada do Santa Quitéria

Suburbana

Publicado em 23/08/2010 | Maurício Kern, especial para a Gazeta do Povo


Ele fica ali parado, perto da área, como quem não quer nada. De repente a bola chega a ele e é gol cer­­to. O atacante Cristiano, do Santa Quitéria, foi o personagem de sábado na goleada por 4 a 1 sobre o Vila Hauer. Ele fez os quatro gols do Quitéria na casa do adversário, no Estádio Donato Gulin, e se isolou na artilharia da competição com 9 gols.

Cristiano dos Santos Silva, 29 anos, gerente de posto de combus­tível, coordena 11 funcionários na pista do posto onde trabalha. No duelo de sábado, contra o Hauer, liderou o time no gramado, garantindo a goleada do seu time. Cristiano começou no infantil do Paraná Clu­­be e por lá jogou durante seis meses apenas. Como era muito jovem na­­quela época, teve de trabalhar para sustentar a família – a carreira de jogador de futebol ficou em se­­gundo plano.

Neste ano, disputou a Copa Barão, levantando o caneco com o Santa Quitéria e, de quebra, conquistando a artilharia da competição, com 12 gols. No sábado, a tônica da primeira etapa parecia ataque contra defesa. Uma verdadeira avalanche quiteriense contra a meta do goleiro Aracaju.

O caminho do gol começou a ser aberto aos 23 minutos. Maicon lançou Cristiano e o atacante fuzilou, abrindo o placar para os visitantes. Logo em seguida, Marlon (ex-Paraná), ganhou do goleiro e tocou para Cristiano ampliar para 2 a 0. Veio o segundo tempo, e os gols do Quitéria reapareceram. O treinador Marinho, do Vila Hauer, não havia nem sentado no banco de reservas, e só conseguiu mesmo escutar os foguetes da torcida verde e amarela.

Como um balde de água fria, Adri­­ano Chuva, camisa 6, se tornou um coadjuvante digno de Oscar. Com dribles curtos, envolvendo a zaga do Hauer em duas ocasiões, deixou o artilheiro e protagonista da tar­­de na cara do gol. Cristiano selou a go­­leada com mais duas bolas na rede.

No final, Luizinho descontou para o Hauer. ”Estamos trabalhando desde o ano passado, os jogadores estão assimilando bem e respondendo em campo”, disse, sorridente, o técnico Juninho.

Os outros resultados da rodada foram: Pilarzinho 3 x 0 Osternack, Combate Barreirinha 0 x 0 Capão Raso, Iguaçu 2 x 3 Nova Orleans, Trieste 2 x 1 Vila Fanny, Urano 3 x 2 Uberlândia, Vila Hauer 1 x 4 Santa Quitéria. Trieste e Urano dividem a liderança, com 16 pontos.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Comandado por Laurinho, Urano bate o Vila Fanny

                                          Hugo Harada/Gazeta do Povo                      

Laurinho (no meio da roda) comemora: Urano líder graças ao seu gol

   
Publicado em 16/08/2010 | Maurício Kern, especial para a Gazeta do Povo

Um time brigando pela liderança e outro tentando sair da zona de rebaixamento da Suburbana. Sábado, mesmo jogando no Es­­tádio Ismael Gabardo, o Vila Fanny foi derrotado por 1 a 0 pelo Urano e viu sua situação piorar ainda mais. A equipe da Vila São Pedro, comandada por ex-profissionais, venceu com um gol de Laurinho, destaque do jogo

A casa era do Fanny, mas Laurinho estava tão à vontade que parecia relembrar os tempos de Couto Pereira, quando foi profissional do Coritiba na década de 90.


Lauro Guedes Fialho, 35 anos, trabalha como inspetor de logística fora das quatro linhas. Foi descoberto no futebol pelo treinador Sisíco, quando jogava no juvenil do Nacional do Boqueirão. Ficou no Alto da Glória de 1992 a 1998. Depois rodou por Japão, China, Costa Rica, Guatemala e Honduras. Encerrou a carreira na Caldense-MG, em 2003.

Começou no amador em 2005, pelo Capão Raso, e agora veste a camisa do Urano, onde já coleciona o bicampeonato da Série A e o título da Taça Paraná de 2009. No sábado, com uma chuteira branca invocada, Laurinho desequilibrou. Matou a bola no peito, deu de calcanhar e fez dois gols. O primeiro não valeu – bem anulado pela arbitragem. Mas, aos 33 minutos do primeiro tempo, Salário cruzou uma falta no bico da área e o atacante desviou de cabeça para a rede.

“Jogando ao lado de Salário, Dirceu e Reginaldo Vital fica mais fácil. São jogadores qualificados, que fazem a diferença”, disse, elogiando os colegas de Urano. Os dois últimos, também ex-profissionais. Dirceu, cria do Coritiba na mesma época de Laurinho. Vital, revelado pelo Paraná, defendeu os três clubes de Curitiba. Ao lado de Salário, eles ditaram as regras em campo, envolvendo a equipe do Fanny.

Os maqueiros do time da casa deram a receita para afastar a zica do vice-lanterna: “Vamos levar essa gurizada no Bailão do Adelso.” Após a quinta derrota em seis jogos, o técnico Jurandir Sena não esconde a insatisfação. “Falta um matador lá na frente”, reclamou.

Os outros resultados da rodada foram: Iguaçu 2 x 1 Pilar­­zinho, Nova Orleans 2 x 3 Combate Barreirinha, Oster­­nack 0 x 3 Capão Raso, Santa Quitéria 2 x 0 Trieste, Vila Hauer 1 x 0 Uberlândia ,Vila Fanny 0 x 1 Urano. Trieste, Ura­­no e Capão Raso dividem a liderança, com 13 pontos.
 

Iguaçu acaba com a alegria do Capão Raso




Robertson Luz

Marcelo Maia ajudou o Iguaçu na vitória por 1 a 0 contra o Capão Raso


Suburbana

Publicado em 09/08/2010 | Maurício Kern, especial para a Gazeta do Povo


Ficou comprovado que os torcedores que acompanham o futebol amador são fiéis aos seus times. Mesmo com o clássico Paratiba, na Vila Capanema, no mesmo horário, o estádio José Carlos Oliveira Sobrinho teve casa cheia.

Em campo, o Capão Raso não aproveitou o apoio da torcida e foi derrotado pelo Iguaçu, em casa, por 1 a 0, perdendo a invencibilidade e a liderança da competição. Com um primeiro tempo pobre, fraco e sem emoção, o único arremate a gol foi feito por Leo­­mar, que assustou o goleiro Ro­­gério, do Capão.

Antes do início da segunda etapa, as atenções estavam voltadas para a cabine de honra do estádio. Uma enxurrada de torcedores com apelidos roubavam a cena do jogo. Fofão e Zóio comandavam o en­­louquecido esquadrão do Capão Raso. Ambos são integrantes da diretoria do clube e acompanham o time há 30 anos.

“Aqui tem um bando de doidos que torcem para este time, vou levantar a ficha deles”, contou Fofão. Sopa, Bahia, Tiziu, Curruíra, Japonês, Cabeção (que comeu 12 pães com mortadela durante um jogo), Locão, Cai pra Dentro (goleiro que tomou 21 gols num treino amistoso) e Tete fazem parte da trupe do Capão Raso.

Com um boné na cabeça e óculos escuros, Zóio chama a atenção pela tatuagem estampada com o escudo do Capão Raso no braço. O grupo fez até vaquinha para comprar amendoim do tiozinho que passava por ali. A bola voltou a rolar e o clima esquentou em campo. Quem não faz, leva. Duas chances, perdidas com Ger­­mano, esbarraram no arqueiro do Iguaçu.

O castigo veio aos 36 minutos. Nano Moro acertou um chute de fora da área, a bola quicou no morrinho e foi parar no fundo da rede, decretando a vitória para o alvinegro.
“Peguei bem na bola, mas a vontade e a raça do grupo prevaleceram em campo”, comentou o atacante Moro.
Os outros resultados da rodada foram: Nova Orleans 0 x 2 Pilarzinho, Uberlândia 0 x 2 Trieste, Santa Quitéria 5 x 1 Vila Fanny, Urano 4 x 3 Vila Hauer, Capão Raso 0 x 1 Iguaçu, Combate Barreirinha 1 x 0 Osternack. O Trieste é o líder com 13 pontos.